8A Madeira

O blog 8A Madeira assume-se como um blog de divulgação dos trabalhos de pesquisa levados a cabo pelos alunos da turma A do 8º Ano da Escola Básica e Secundária Dª Lucinda Andrade, em São Vicente, Ilha da Madeira na aula de SMS- Madeira. É um espaço de partilha e divulgação de ideias aberto à comunidade escolar local e global.

15 de fevereiro de 2007

O Senhor Jesus de Ponta Delgada

Na época recuada em Ponta Delgada não passava de um simples lugar submetido á jurisdição de Vila Franca do Campo, então capital da ilha de São Miguel, passou-se um facto milagroso que originou a construção da igreja que ficou sendo a paroquial.
Certa manhã, em muitas outras ocasiões, uma mulher foi para a praia apanhar lapas nas rochas, avançando o mais que podia pelo pontão rochoso que entrava no mar. Encontrava-se ela no extremo da rocha quando viu, surpresa, boiando nas águas, um crucifixo com a figura de Jesus em tamanho natural. Curiosa, avançou um pé para o agarrar e tentar puxar para terra, mas escorregando na rocha lisa voltou para trás como pôde e dirigiu-se á povoação.
Foi a casa do padre, ao qual contou o sucecido, e este, impressionado com o relato da mulherzinha, acompanhou-a de volta á praia. No mesmo sítio aguardava-os o crucifixo, como que esperando que o tirassem das águas. O padre meteu-se então pelo mar dentro e facilmente o sacou para a praia, onde estava já um grupo de gente que acorrera pressurosa ao saber o que se passava. Assim, formou-se uma pequena procissão que acompanhou o crucifixo até à capela de Ponta Delgada, murmurando respeitosamente orações.
No dia seguinte, porem, gerou-se o pasmo quando alguém encontrou o crucifixo enterrado a prumo na areia da praia, próximo do local onde na véspera o tinham achado. E novamente se agruparam as gentes em procissão com um respeito que denotava o sentirem-se face a um caso maravilhoso.
Horas depois, mais uma vez sem que se desse por isso, a cruz do Senhor Jesus aparecia na praia, no mesmo local, mas desta vez rodeada de canas, como que demarcando o local e as dimensões de um templo onde Cristo parecia querer ficar, definitivamente.
Antes este facto insólito, ninguém mais tocou no crucifixo, e pouco tempo depois era iniciada a construção da igreja que, como já disse, passaria a ser a paroquial.
Conta ainda a lenda que para impedir os ímpetos do mar foi feito um muro de protecção. Contudo, as águas afluíam ao adro como se nada protegesse o templo da fúria do mar, sem que jamais penetrassem no interior da igreja. Todos estes factos milagrosos concorreram para a fama deste templo, ao qual passaram a afluir devotos populares cheios de fé.


In Lendas Portuguesas. Fernanda Frazão
Elaborado por: Víter

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