Cores como azul, amarelo, vermelho, entre mil, ponto a ponto como uma pincelada, vão enchendo a talagarca com paisagens, flores, reproduções de pinturas ou de rostos.
Ora como produto de uma ocupação do tempo ou como resultado do trabalho de centenas de pessoas, esta já histórica tapeçaria da Madeira, deu origem a uma verdadeira actividade artística.
Na Madeira a esta transformação do saber artesanal numa actividade economicamente rentável, deve-se a uma família de origem alemã: os Kebeken.
Paul Max Viebeken, em 1938, resolve criar um atelier de tapeçaria, procurando deste modo diversificar a produção da fábrica de bordados que possuía no Funchal.
Coloca seu filho, Herbert Kiebeken a chefiar este atelier: a sua versatilidade artística aliada à habilidade das bordadeiras, traduzem beleza e qualidade das telas.
Este pequeno atelier cresce tanto em volume de negócios como em números de trabalhadoras, face ao sucesso da sua produção.
Várias são as firmas que se interessam por esta actividade e, a par com a dos bordados ocupam um lugar de destaque na vida económica da Madeira.
Como "nasce" uma tapeçaria na Madeira?
O processo é quase o de uma pintura impressionista.
Cada pincelada é substituída por um fio de lã; o pintor é substituído por um profissional, que a partir de um quadro vai bordando o original, no atelier da fábrica.
Consoante o que pretende reproduzir, o artesão varia a sua técnica, em pontos de "grado", "miúdo", "gobleliu" ou "alinhavado".
Como não tem esquema, também ele, tal como o pintor, desmancha, corrige e refaz, até chegar à versão final.
As lãs, vindas de longe, frequentemente da Austrália, antes de chegarem à Madeira, passam por outras paragens para serem tratadas e tingidas de modo a poderem resistir ao tempo e às traças.
Depois de se obter o original, muitas vezes por encomenda, este entra na fase de reprodução (geralmente feita no campo por mulheres) que copiarão em telas novas com lãs previamente escolhidas pelas maticadoras do atelier, o modelo recebido.
Após terminado o seu trabalho, este regressa de novo à fábrica onde será verificado, engomado e rematado.
Só depois é que receberá o selo de chumbo de garantia, aposto pelo instituto do bordado, Tapeçarias e Artesanato da Madeira.
Aplicada e usada em bolsas, forras de cadeira, painéis, tapetes e almofadas; a tapeçaria da Madeira, passará de geração em geração, pois a qualidade dos materiais aliada ao saber de quem as trabalhou, são a sua melhor garantia.
A obra de vime tem acompanhado o povoador madeirense; os artigos de uso comum satisfaziam as necessidades laborais tanto dos artesãos como do agricultor.
A indústria dos artigos de vime, teve o seu inicio na Camacha, em 1850, onde ainda hoje em dia se conserva, sendo o seu centro de maior produção.
A esta indústria tipicamente artesanal dedicam-se homens e mulheres.Ocupando terrenos marginais a outras culturas próximas dos cursos de água e de fácil irrigação, a cultura do vimeiro ocupa quase toda a ilha.
O vime - lote - é constituído por varas de tamanhos e diâmetros variáveis produzidos pelo vimeiro.
Cortado, descascado, secado; o vime segue então para a fase de transformação, sendo utilizados no fabrico de móveis e outros utensílios, principalmente cestos, p/ uso local e exportação.
Quanto aos seus aspectos funcionais, podemos dividir a obra de vime em três categorias:
Obra leve - cestos para flores e pequenos objectosObra média - cestos de vários formatos para uso doméstico, malas, caixas, etc...Mobiliário - cadeiras, mesas, berços, etc.
Os artesãos põem toda a sua criatividade e talento de cesteiros na criação de um verdadeiro artesanato.
A maior parte da obra de vime destina-se a exportação por encomenda, sendo bastante apreciada no estrangeiro nomeadamente Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Itália, entre outros.
Informação retirada do site:
http://www.guia-madeira.net/madeira/artesanato/vimes.htm